I Sarau do Américo

Fotos: Christopher Ferreira 


Aconteceu no dia 05 de Dezembro de 2019 o I Sarau do Américo. Depois de uma chuva forte vespertina, a E. E. Dr. Américo Marco Antonio recebeu diferentes formas de cultura, arte, diálogos e provocações. O Coletivo ERER+ esteve presente. 









No pátio da escola foi montada uma barraca de livros. As pessoas poderiam passar por lá e escolher um título para levar para casa. Como contrapartida pedia-se que a pessoa deixasse uma mensagem em um pequeno pedaço de papel. Um livro por uma mensagem de afeto, esperança, amor... O espaço ficou movimentado durante o evento. 





O microfone esteve aberto a maior parte do tempo do Sarau. Estudantes, professoras, professores e visitantes da unidade escolar puderam cantar, tocar, dançar, declamar e fazer uma batalha de slam. De longe se ouvia durante a batalha "aqui não tem espaço para machismo, homofobia e transfobia". Alguma pessoa atenta dando o tom da noite. 






Na programação do evento tínhamos duas rodas de conversa. A primeira delas sugerida por estudantes do 2º A sobre racismo, xenofobia e ouve espaço para discussão da pressão estética. 



















Durante o evento também tivemos duas salas de exposição com trabalhos de estudantes de diferentes séries e disciplinas. Em comum todos tratavam sobre direitos humanos. 

O cantinho das apresentações esteve movimentado do começo ao fim do Sarau. Houve um momento em que diferentes pessoas do Coletivo ERER+ começaram apresentar doses do trabalho de arte intitulado Entre Frestas (2018). Textos que tratavam sobre a questão indígena, a relação com a escola, o sucateamento da educação e humano, todos ali circulando. Parte emocionante é que algumas dessas pessoas mudaram de unidade escolar em 2019 e, ainda assim, estavam ali acionando um texto de 2018. 
















































Os corredores da unidade escolar também foram ocupados com um outro trecho do trabalho Entre Frestas (2018). Um grande grito silencioso sobre o sucateamento da educação pública. 












A segunda roda de conversa sobre cultura na periferia foi guiada pela nossa convidada especial Ane Sarinara. Com o peso de falar sobre um assunto de extrema importância, dias depois do massacre ocorrido em Paraisópolis, onde 9 jovens foram assassinados pelo Estado. A sala esteve cheia e foi um momento de muita emoção para todas as pessoas presentes. 








Chegando ao fim do Sarau tivemos um combo de apresentações do Coletivo ERER+. Mais uma parte do Entre Frestas (2018) foi recuperado e uma sonora mensagem contra a cultura do estupro e a violência contra a mulher ecoava em todos os espaços do pátio da escola. Incomodava. Provocava. Tivemos também a Bia declamando Negro Drama do Racionais Mcs e, da maneira mais bonita que se pode imaginar, a plateia repetia - quase que sussurrando - os versos, como um hino sagrado da periferia. Emoção!

Para fechar o combo foi apresentado a nossa nova intervenção artística intitulada Conteúdo Impróprio (2019). Curioso que havíamos apresentado em diferentes espaços e era a nossa estreia na nossa unidade escolar. A intervenção termina e os aplausos abraçam todas as pessoas do nosso coletivo. Cantamos juntas, juntes e juntos "ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro". O sarau foi o tempo todo sobre isso: o grande desejo de viver. 


  



Que venha 2020!

Escola pública viva!
Periferia viva!



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