Palestra: Projeto Policromias Barulhentas

"A escola é um ringue sobre o qual o sangue se mistura com a tinta e onde se recompensa aquele que os deixa jorrar. A única língua que se fala é da violência silenciosa e secreta da norma. Alguns entre eles, como Alan – certamente, os melhores– não sobreviverão. Eles não poderão mais participar dessa guerra. A escola não é apenas um espaço de aprendizagem de conteúdos. É uma fábrica de subjetivação: uma instituição disciplinar cujo objetivo é a normalização do gênero e da sexualidade. (...) Eu quero imaginar uma instituição educacional mais atenta à singularidade de estudantes do que à preservação da norma. Uma escola microrrevolucionária onde será possível favorecer processos de subjetivação singulares. Eu quero imaginar uma escola na qual Alan poderia ainda estar vivo."

Paul Preciado


Na tarde da sexta-feira, 24 de Junho, recebemos a palestra do Projeto Policromias Barulhentas com a Professora T. Angel. O projeto foi criado em 2019 e tem oferecido formação sobre a diversidade sexual e de gênero em escolas, universidades, cursos, empresas, etc. 

Estudantes foram chegando ao encontro carregando bandeiras e meias de arco-íris. Vibrantes. Como policromias barulhentas. Abrimos o encontro com uma fala da aluna Yasmin do 8° ano que após se confrontar com uma situação de LGBTfobia propôs uma atividade que tratasse da temática em nossa unidade escolar. Tivemos a alegria de receber no encontro a mãe da aluna. 

Posteriormente, Prof. T. foi trabalhando questões que rondam a diversidade sexual e de gênero, apresentando conceitos fundamentais em uma perspectiva histórica. Cruzando autobiografia com pesquisas científicas. Cruzando dados nacionais e internacionais. Com o objetivo sendo constantemente repetido: buscar colaborar para que possamos melhorar enquanto gente, enquanto sociedade. 

Um encontro profundo, sensível e atravessado por afeto (e pela indignação). Como usualmente as ações do coletivo costumam ser. Não é o fim de um processo de aprendizagem. É sempre apenas um passo de uma caminhada longa, que cada pessoa irá trilhar em seu próprio tempo. É a nossa microrrevolução de fomento da pulsão da vida. Queremos as nossas crianças (todas elas, de verdade) vivas. 

Recebemos ainda pessoas do coletivo que deixaram o papel de secundaristas e ocupam agora as cadeiras das universidades. Eduarda e Gabriel atuantes no coletivo desde 2018 entraram na sala para potencializar o barulho da policromia (em nossos corações).

Celebremos as diferenças. Comemoremos a vida. Lutemos para construir uma escola que não seja um ringue, mas um trampolim. Saltemos alto para o melhor que há no mundo, onde as vidas impossíveis sejam radicalmente potencializadas.

Que bonito foi. Que importante!  

Coletivo ERER+, avante!

Fotos: Leticia Sayuri 





























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